terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Grupo de jovens carmelita visitou Carmelo de Fátima


Grupo de jovens carmelita visitou
Carmelo de Fátima


Ora os 11 e 12 de fevereiro de 2012 foram dois dias tão de diferentes quanto de extraordinários para o grupo de jovens «Stella Maris», da igreja dos Carmelitas da Foz (Porto). A atividade estava planeada desde o início do último trimestre de 2011 – “Entre Carmelitas” – e assim se cumpriu para gáudio dos cerca de 20 participantes, sob a assistência espiritual do P. João Rego. Consistiu na visita ao Carmelo de Fátima, em que após a eucaristia na capela os jovens puderam dialogar e trocar impressões com as religiosas.

O arranque da jornada
Sábado, 9h30/10h, estava tudo prestes e pronto a rumar até ao concelho de V.N. de Ourém, à freguesia fatimense, incluindo o irmão sol que nos acompanhou sempre durante a jornada. Chegados a Fátima ao fim da manhã, conhecemos a casa que nos ia acolher (da comunidade sacerdotal carmelita), instalamo-nos e almoçamos, com o farnel partilhado que cada elemento do grupo levou. A seguir houve tempo para se descansar um pouco e ensaiarmos alguns cânticos, quanto mais não fosse para aquecer as vozes e afinar violas, e prepararmo-nos para os ritos celebrativos que teríamos doravante. Posto isso, partimos para o Carmelo.

Tão perto do céu, na terra
A eucaristia começou. Parecia termos entrado no céu, não só pela paz e aconchego e simplicidade e luz natural e silêncio que brotavam da capela, mas também – e sobretudo – pelas vozes angelicais, melódicas, serenas daquelas irmãs sempre a esboçarem um radioso sorriso. Elas cantaram e encantaram e nós, por sua vez, sentimo-nos deveras gratos e plenos de alma com aqueles momentos eucarísticos!
Para complementar e enriquecer essa experiência, reunimo-nos posteriormente com as Irmãs carmelitas. Apesar das grades que nos separavam, dividindo a sala ao meio (dum lado os visitante, do outro a comunidade religiosa), uma alegria e vontade de permanecer ali bem próximos nos unia. O tempo foi curto e o curto que foi passou bem depressa, mas indubitavelmente bastante bom! Cada um dos elementos do «Stella Maris» apresentou-se, as Irmãs interagiam, faziam perguntas de modo a conhecerem-nos melhor, o ambiente era divertido porque sempre doseado de bem-estar e de bom humor “entre carmelitas”!
Findas as nossas apresentações, as Irmãs fizeram as suas. Um aspeto curioso daí sobressaiu: praticamente todas enverederam inicialmente por outros caminhos, com cursos universitários acabados e/ou interrompidos – algumas exercendo depois nas áreas da respetiva formação académica –, e deixaram tudo para abraçarem esse chamamento que Deus lhes fizeram à luz e exemplo de Teresa de Jesus e demais santos Carmelitas!
Após isso uns instantes para algumas questões: o grupo queria perceber o porquê das grades, tanto na capela como naquela sala; como era o dia a dia espiritual e laboral das Irmãs; como estavam abertas às notícias do mundo para rezar pelo próprio mundo, se estavam sempre ali “fechadas”, etc. Abordou-se também Ávila e o quão importante era aquela cidade para todos, onde o grupo tinha estado em agosto de 2011, antes de peregrinar a Madrid para a Jornada Mundial da Juventude com Bento XVI.

Música reforça unidade grupal
Ao regressarmos para a casa onde ficaríamos, registamos no jardim de entrada do Carmelo a nossa presença ali com uma foto de grupo. Seguiu-se um tempo livre. Aproveitou-se esse momento para uma maior animação e boa disposição do grupo: à volta da mesa da cozinha, sentados ou de pé, e enquanto se lanchava, o som que bradava no espaço era das vozes cantantes do grupo que ia percorrendo as letras inscritas no nosso Cancioneiro (acompanhara-nos, também, em Madrid). Às violas, o P. João e o Osvaldo. Não faltaram também algumas máquinas para as fotos que ficam para a posteridade, a par da videogravação operada pelo Vilela.

Caminho da Cruz, passagem para a Luz
Após esse momento e o jantar (num restaurante açoriano de categoria, em Fátima) – marcado pela presença do Superior Provincial dos Carmelitas, P. Joaquim da Silva Teixeira – percorreu-se a Via sacra aos Valinhos até ao cimo da capela do Calvário Húngaro. O cenário: noite cerrada, frio cortante, luzes das velas erguidas numa mão e na outra o guião, ajudando assim a que cada passo fosse de verdadeira oração proclamada, cantada e celebrada!
Do guião constava a seguinte estrutura para cada estação: invocação da mesma, curto trecho bíblico narrativo da respetiva estação e uma reflexão, em que se deixavam perguntas no ar, para melhor se meditar. Havia ainda uma expressão ou palavra-chave que se destacava em cada uma das estações, a saber, pela ordem sequencial: entrega / abraço / pedra angular / sem palavras / uníssono / verdadeiro ícone / connosco / consolo / ámen! / de quem? / face a face / holocausto / seio fraterno / crisálida / e, está vivo.

No dia do Senhor
Domingo, 8h, alvorada, ainda que se estendesse por mais minutos! Depois do pequeno-almoço, a oração da manhã novamente na capela do Carmelo. O meio da manhã ficou livre para quem desejasse visitar o Santuário e/ou ir à Capelinha das Aparições, na Cova da Iria. Já no final da manhã, o grupo juntou-se de novo todo na casa onde pernoitara para realizar a avaliação do encontro, partilhando-se o que saltou e ressaltou deste encontro com reencontros.

Balanço super positivo
Eis alguns dos testemunhos dados por parte dos participantes:
- André – “Relevante e expressivo o facto desta atividade, sendo longe, se ter conseguido realizar num grupo ainda a começar, juntando um número significativo. O que gostei mais foi a visita ao Carmelo, eucaristia e diálogo com as Irmãs, que ao estarem bastante motivadas também nos motivaram ainda mais! Realço ainda a importância de termos estado com o Superior Provincial e de ter havido sempre um espírito sadio e amistoso entre todos!”.
- Maria José – “O que me impressionou mais foi o ato de coragem do ser Carmelita e a maneira como as Irmãs mostravam e respiravam felicidade, algo que foi bem notório. Admiro, de facto, como elas encontram felicidade na vida que levam, a qual eu não seria capaz, mas admiro!”.
- Ana – “Para mim foi pouco tempo para esclarecer as dúvidas e dialogar com as Irmãs. Continua a fazer-me confusão. Gostei muito da atividade do grupo e de tudo em geral. Não gostei do frio”.
- Diogo – “Como foi já dito, considero essencial ter havido o encontro fora do Porto depois de estarmos na JMJ de Madrid. Destaco o encontro com as Irmãs e fiquei espantado como a Madre Superiora era tão nova de idade, havendo Irmãs mais velhas; destacando também o encontro com o Provincial”.
- Eva – “Gostei muito da atividade. Admiro a vida das Irmãs. Gostei muito da Via sacra e da oração da manhã, que me fez lembrar o Campo de férias. Já tinha, realmente, saudades do grupo!”.
- Renato – “O que eu apreciei mais foi da celebração da eucaristia”.
- Vilela – “Vir a Fátima já é por si emocionante, mas para mim vir com este grupo foi ainda mais. O que me marcou mais foi a Via sacra, porque fi-la com bastante sacrifício, como nunca antes de entre aquelas que já percorri”.
- Sónia – “Gostei bastante da experiência, bem como da Via sacra. Não gostei de não ter tido luz no quarto”.
- Jaime – “Foi pena ser só dois dias. Gostei muito do convívio e de ter tentado aprender a jogar à sueca, no serão de sábado”.
- Filipe – “A minha vida depois deste fim de semana não vai ser a mesma. Agradeço bastante ao grupo, apesar de eu ser muito reservado”.
- P. João – “Gostei muito. O que mais me alegra é ver a experiência que vocês tiveram. Esse é o nosso grande alento, e saber que proporcionamos uma experiência interessante que marca o vosso caminho e também o nosso. É bom que depois da JMJ estejamos a continuar um caminho mais forte de fé, para além das amizades, e que vamos conhecendo o nosso Deus pela oração e que nos faz melhores pessoas”.
- Osvaldo – “Reforço o aspeto da atividade se ter concretizado, por assim termos conseguido crescer em grupo e como grupo. Apostei neste encontro e levo agora um ânimo acrescido, como o grupo certamente leva, para que no próximo encontro ainda cresça mais! Foi ótimo. Mesmo tendo dormido pouco continuo bem disposto”.

Encerramento da atividade
Já depois do almoço e após se arrumar os quartos, malas e mochilas, o grupo fez-se novamente à estrada para regressar à igreja local a que pertence. Mas a atividade ainda não terminara! Ainda havia que preparar a eucaristia das 19h e animá-la liturgicamente, com um pouco mais de solenidade do que habitual. E assim se fez, apresentando-se à comunidade representada naquela assembleia dominical o quão bom e agradável foi viver dois dias “Entre Carmelitas”!

(Os repórteres do «Stella Maris»)

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